Ana Joaquina Pinto de Castro, nasceu no Rio de
Janeiro em 1781, filha de José Manuel Pinto de Castro e de Rosa Bernarda deJesus Ormonde Pimentel de Mesquita.
Gravura de W.Alexander - Vista do Rio de Janeiro, final do século XVIII |
À data do seu nascimento, era Vice Rei, Dom Luís de Vasconcelos, o qual foi responsável por diversas obras importantes para a cidade, nomeadamente o aterro da lagoa do boqueirão, possibilitando a construção do Passeio Público, inaugurado em 1783. Em 1789 foi remodelado o chafariz do largo do Carmo (Chafariz da Pirâmide).
Parada militar
no terreiro do Carmo (actual Praça XV)
(c.1789, data da inauguração do chafariz da piramide)
|
Ainda em 1789, o alferes Joaquim
José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, foi preso. Permaneceria preso no Rio até
à sua execução três anos mais tarde, por enforcamento, virando mártir da causa
separatista – o herói da Inconfidência Mineira.
Em 1795, foi criada a freguesia
do Engenho Velho.
Apenas com 15 anos, Ana Joaquina
casou, no Rio de Janeiro,a 28 de Agosto de 1796, na Igreja do Bom Jesus (freguesia
do Santíssimo Sacramento), com Manuel José Ferreira Vilaça, natural do Rio de
Janeiro, filho de Joaquim José Ferreira Vilaça e de Maria da Assunção Gomes.
Nos Banhos publicados em 1796,
consta:
…Manuel José Ferreira Vilaça, com a idade de 25 anos, filho legítimo de Joaquim José Ferreira Vilaça e de sua mulher Maria da Assunção, natural e baptizado na freguesia de Nossa Srª da Candelária aos vinte e um dias do mês de Abril do ano de mil setecentos e setenta e um, morador nesta cidade atrás do Carmo……Ana Joaquina, com a idade de 15 anos, filha legítima de José Manuel Pinto de Castro e de sua mulher Rosa Bernarda de Jesus, natural e baptizada nesta freguesia do Santíssimo Sacramento, moradora nesta cidade do Rio de Janeiro, na Rua de S. Pedro….
Manuel José Ferreira Vilaça era Guarda Mor da Alfândega do Rio de Janeiro, assim sendo referido nos registos de baptismo de alguns dos seus filhos.
Manuel José e Ana Joaquina, tiveram nove filhos:
…Manuel José Ferreira Vilaça, com a idade de 25 anos, filho legítimo de Joaquim José Ferreira Vilaça e de sua mulher Maria da Assunção, natural e baptizado na freguesia de Nossa Srª da Candelária aos vinte e um dias do mês de Abril do ano de mil setecentos e setenta e um, morador nesta cidade atrás do Carmo……Ana Joaquina, com a idade de 15 anos, filha legítima de José Manuel Pinto de Castro e de sua mulher Rosa Bernarda de Jesus, natural e baptizada nesta freguesia do Santíssimo Sacramento, moradora nesta cidade do Rio de Janeiro, na Rua de S. Pedro….
A Igreja de S. Pedro era uma jóia do barroco carioca, sendo uma das igrejas mais importantes da cidade. (foto de Marc Ferrez c.1898) |
Interior da Igreja de S. Pedro, numa gravura do século XIX; o seu interior foi totalmente decorado por mestre Valentim em talha em estilo Rococó. |
Vista após as demolições do casario entre a Rua de S. Pedro, à esquerda, e a Rua General Câmara à direita na foto, vendo-se ao fundo a cúpula da Igreja da Candelária |
Espaço deixado vago após as demolições e onde surgiria a Av. Presidente Vargas |
Avenida Presidente Vargas na década de 40, estando assinalado o local onde estava erigida a Igreja de S. Pedro dos Clérigos |
Manuel José Ferreira Vilaça era Guarda Mor da Alfândega do Rio de Janeiro, assim sendo referido nos registos de baptismo de alguns dos seus filhos.
Manuel José e Ana Joaquina, tiveram nove filhos:
- Manuel, nasceu
a 06.07.1801 e foi baptizado a 12.07.1801 (livro 9 bp da Candelária
(1800-1809)/f19)
- Porfíria,
foi baptizada a 05.03.1803 (livro 9 bp da Candelária
(1800-1809)/f61v)
- Catarina de Sena Pinto de
Castro Vilaça, que segue (nasceu a 27.05.1804)
- Maria (Maria Madalena Pinto de Castro Vilaça, casou a 05.09.1819 com
Miguel Dias (irmão de José Dias Mafra, que casou Catarina de Sena)
- Ana, nasceu a15.08.1809 e foi baptizada a 24.08.1809 (livro 10 bp da Candelária
(1809-1819)/f2)
- António, foi baptizado a 26.03.1813, sendo padrinho, o seu tio
António José Vilaça (livro 10 de baptismos da
Candelária (1809-1819)/f96)
- Rosa, foi baptizada a 27.08.1811 (livro 10 de baptismos
da Candelária (1809-1819)/f58)
- Mariana, foi
baptizada a 21.05.1815 (livro 10 de baptismos da
Candelária (1809-1819)/f156)
- Rita, nasceu no Rio de Janeiro a 22.07.1816, tendo sido baptizada
por seu tio paterno, o reverendo Joaquim José Ferreira Vilaça, a 29.07.1816(livro 10 bp da Candelária (1809-1819)/f181)
A data do casamento de sua filha, em 1821,
a família do guarda mor Manuel José Ferreira Vilaça, não seria muito diferente
da retratada por Debret.
Cena domestica
por Jean Baptiste Debret - 1818
|
A Ascendência
de Manuel José Ferreira Vilaça,
Manuel José
Ferreira Vilaça nasceu na freguesia da Candelária no Rio de Janeiro, a
27.05.1771, filho de Joaquim José Ferreira Vilaça, e de Maria da Assunção da
Rosa.
§1
Os “Ferreira Vilaça”
(de Stª Cecília de Vilaça, Braga)
O pai de Manuel José Ferreira
Vilaça, Joaquim José Ferreira tinha passado ao Brasil, na década de quarenta do
século XVIII. Já no Brasil, terá adoptado o toponímico “VILAÇA”, em homenagem à
terra que o viu nascer (Stª Cecília de Vilaça, à data freguesia de Barcelos e
actualmente de Braga).
Esta era uma prática habitual à
época e frequentemente os toponímicos adoptados adquiriam um peso mais
importante do que o próprio nome de família.
A consulta dos registos paroquiais de Stª Cecília de Vilaça, permitiu
encontrar os pais, avós e bisavós de Joaquim José Ferreira Vilaça
Ascendência de Joaquim José Ferreira Vilaça |
1- Gonçalo
Ferreira – Foi o mais antigo “Ferreira” que encontrámos; terá
nascido no início do século XVII em Stª Cecília de Vilaça. Casou com Maria
Gonçalves, também de Stª Cecília de Vilaça.Tiveram Domingos Ferreira, que
segue. A data do primeiro casamento de seu filho, em 1671, já ambos tinham
falecido.
2- Domingos Ferreira. Casou
a primeira vez na freguesia da Sé, em Braga, a 1.03.1671, com Serafina Pereira.
Registos Paroquiais de Braga, Livro Misto (Sta Maria Maior, Sé, Braga)
– 01.03.1671/f111
|
Casou a segunda vez na freguesia de Stª Maria de Via Todos,
de Barcelos, a 17.02.1678, com Joana Gonçalves, filha de Pedro Gonçalves e de
Maria Gonçalves, todos da dita freguesia
Registos Paroquiais de Stª Maria de Via Todos, Barcelos; Liv 746 /f98v
|
Deste casamento nasceu Manuel Ferreira, que segue.
3- Manuel
Ferreira Nasceu no lugar de Febros, freguesia de Stª Maria de Via
todos, em Barcelos, onde foi baptizado a 05.07.1687.
Registos
Paroquiais de Stª Maria de via Todos, Barcelos; Liv 746 /f27v
|
Casou pela primeira vez com Isabel Francisca.
Casou pela segunda vez, em Stª Cecília de Vilaça, a
23.08.1716, com Catarina Gomes, filha de João Gomes Panasco e Maria Gonçalves.
Deste segundo casamento nasceu Joaquim José Ferreira, que segue.
4- Joaquim José Ferreira Vilaça, nasceu no
lugar da Cobrada, freguesia de Stª Cecília de Vilaça, Braga, a 20.03.1725. Foi
baptizado a 25.03.1725. terá passado ao Brasil em meados do século XVIII.
Chegada de navio ao porto do Rio de Janeiro no final do século XVIII - terá sido esta a vista que Joaquim José Ferreira admirou ao entrar na baía de Guanabara, ao largo do Rio de Janeiro. |
Joaquim José Ferreira Vilaça
casou com Maria da Assunção da Rosa (N 509, §2 “Rosa” do Faial), na freguesia
da Candelária da cidade do Rio de Janeiro, a 09.01.1763
Livro de casamentos da Freguesia da Nossa senhora da Candelária, Rio de
Janeiro - 09.01.1763/ f13
|
Tiveram:
- Manuel José Ferreira Vilaça,
que segue
- Joaquim
José Ferreira Vilaça; sacerdote. Baptizou sua sobrinha Rita, filha de Manuel
José Ferreira Vilaça e Ana Joaquina Pinto de Castro (Livro de registos de baptismo da
Candelária – livro nº 9 (1800 –1809/ f169)
§2
Os “Rosa”
(do Faial, Açores)
1- João da Rosa, nasceu na
freguesia dos Cedros, da Ilha do Faial.
João da Rosa casou com Maria
Pereira, que nasceu na freguesia dos Flamengos, Ilha do Faial (faleceu na
freguesia da Conceição, Horta, Ilha do Faial, a 14.12.1748)
Tiveram:
- António Rosa, que segue
2- António da Rosa, nasceu na
freguesia da Conceição da Horta, Ilha do Faial, onde foi baptizado a
11.01.1721, filho de João da Rosa e de Maria Pereira
António da Rosa casou com Inês do
Nascimento, (natural da freguesia de N. Srª da Luz, lugar de Flamengos, da Ilha
do Faial), filha de Pedro Gomes e de Maria Gomes.
Passaram ao Brasil por volta de
1742/44, pois sua filha Maria da Assunção da Rosa, já nasceu no Rio de Janeiro.
3- Maria da Assunção da Rosa nasceu
na freguesia da Candelária na cidade do Rio de Janeiro, a 18.05.1745, (tendo
sido baptizada a 27.05.1745), filha de António da Rosa e de Maria Pereira,
naturais da Ilha do Faial Açores
Livro de registos de baptismo da
Candelária – livro nº 6 (1734/1757 – f169)
“Aos vinte e
sete de Maio de mil setecentos e quarenta e cinco, nesta Paroquial baptizei e
pús os santos óleos a Maria, filha legítima de António da Rosa, sem ofício e de
sua mulher Inês do Nascimento, ambos da Ilha do Faial, ele da freguesia da
Conceição e ela da de N. Srª da Luz, lugar dos Flamengos e moradores nesta
cidade na Rua de trás do Hospício, neta pela parte paterna de João da Rosa e de
sua mulher Maria Pereira e pela parte paterna de Pedro Gomes e Maria Gomes,
todos do Faial; Foram padrinhos Martinho Pereira da Silva e Maria de S. José,
mulher de Martinho Alvares Pinto. Nasceu aos dezoito do corrente”
O vigário
Ignácio Manuel